Hoje quero contar um pouco pra vocês como é (para mim, porque cada autor tem seu estilo e seu jeito de escrever) escrever cenas que envolvem a morte de personagens, e normalmente são os momentos mais fortes do livro.
Tomei essa decisão, porque voltei a escrever nessa quarentena, e passei de novo por esse momento (não criem expectativas rsrs).
Existem personagens que vão morrer mais dignamente, por serem mais relevantes na história, e normalmente suas mortes também são um marco, fazem diferença para o enredo. São as mais trabalhosas para mim, porque quero que elas sejam perfeitas, transmitam a emoção não só que o restante daqueles enm cena estão sentindo, mas que eu também estou. Sem duvidas no meu primeiro livro, o marco foi a Queda da Bastilha, e eu não poderia deixar esse momento ser batido. Ele representa a vitória, mas também o que foi arriscado para conquista-la. A morte aqui de um dos principais personagens, magoou alguns leitores, mas quero que saibam que também me doeu, e demorei muito para conseguir escrever exatamente o que queria. Eu escrevo com música (por curiosidade, para a cena da Bastilha ouvi "Viva la Vida" e Death and His Friends" do Coldplay), então a cena precisa de uma trilha sonora que traga o sentimento a tona, então escrevo, aos poucos, lentamente, tecendo os detalhes (pois adoro detalhes), compondo a cena como em um teatro. Eu sempre fui muito mais ligada ao imagético, então quero essa sensação visual.
Outra coisa: Por que matar personagens? Eu sempre vi esse recurso como uma aproximação com o leitor, pois não tem nada mais humano que a morte. E como escrevo romances históricos, não posso negar os mortos das revoluções e guerras. Eles existiram, e meus personagens os representam, algumas vezes. E com isso, o leitor sofre, mas entende que é algo natural. Apesar de natural, é a ficção que traz o brilhantismo de torná-la relevante a um enredo, e é o que alguns cobiçam: uma despedida que seja lembrada. Eu não, eu quero apenas atingir o coração dos meus leitores com as mais diversas emoções que a vida tem e pode ser colocada em páginas.
Por isso, para mim a morte de personagens é mais valiosa que finais felizes.
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