Antes da queda de Luís XVI, ambos lutavam pelas mesmas causas revolucionárias, e eram assim chamados: revolucionários. Porém quando tomaram o poder e o rei estava morto, as ideias que antes os uniam, começaram a dividir os revolucionários, e dois grandes grupos de formaram na Convenção revolucionária: Os Girondinos e os Jacobinos.
Mas o que os diferenciava?
Basicamente o nível de seriedade que levavam suas ideias políticas e o que fizeram para alcança-las na revolução.
Desde antes da revolução haviam os talentosos oradores que expunham suas opiniões e ideologias contra a monarquia e eram admiradores da filosofia da Razão, entretanto haviam aqueles que se inflamavam ao falar e não aceitavam ser contrariados e acreditavam piamente que era o melhor a ser feito a qualquer custo, e do outro lado os oradores pacíficos que também tinham suas ideologias expostas de forma hábil e convincente ao seu público, e desejavam resolver as coisas com o rei de forma diplomática em que houvesse um acordo para melhorar o país. Quando a revolução estourou e a família real foi aprisionada, os dois tipos que antes não haviam problemas de convivência ideológica, começaram a debater o que fazer com a situação do país agora que haviam alcançado seu objetivo em comum.
Agora o conceito político se dividia não mais apenas esquerda x direita, mas sim nos Jacobinos (conhecidos também Montagnards em francês, montanheses, que ocupavam o lado esquerdo da sala agora) e os Girondinos (também chamados como peuple de marais, que ocupavam o lado direito da sala).
Os Jacobinos ou Montagnards (por ocuparem as posições físicas altas do plenário) possuíam discursos inflamados e com certeza eram o grupo radical da revolução. A posição política que tomavam era de uma mudança completa no governo do país, começando pela queda do rei, que deveria ser condenado, e então implantar uma República na França. Possuíam grande favoritismo por parte dos trabalhadores e artesãos franceses, a parcela mais humilde do povo, que recebiam a promessa de terem o poder de decisão em suas mãos (a ideia de que o Estado toma as decisões). O grupo era liderado por Robespierre.
Já os Girondinos possuíam uma mentalidade diferente. Era necessário mudanças políticas no país, porém desejavam uma monarquia constitucional, onde o rei não teria todo o pode em suas mãos, mas repartido com um grupo de conselheiros, selecionados pelo povo e que o representaria na tomada de decisões. Esse grupo recebia apoio de membros da burguesia e de influência no país, e era liderado por Jacques-Pierre Brissott, porém seu membro mais ilustre era Danton.
Quando o rei foi aprisionado, foram os Girondinos que cuidaram do governo do país, tentando mediar alguma negociação com Luís XVI e fazê-lo aceitar a proposta de repartir seu poder com um conselho. Luís não consentia, e logo o poder dos Girondinos foi declinando, conforme os Jacobinos ascendiam e os pressionavam.
Quando o rei fez uma tentativa de fuga, que acabou falhando terrivelmente, sendo novamente aprisionado com sua família, os girondinos foram oficialmente retirados de sua posição de comando e substituídos pelos jacobinos, que colocaram seu radicalismo em pratica e implantaram um governo de Terror, com inúmeras mortes de inocentes e dos Girondinos, inclusive Danton, e uma ditadura revolucionária liderada por Robespierre.
Porém, em 1794, os exageros dos jacobinos passavam dos limites, o que obrigou a Assembleia a tira-los do poder a força e condena-los a Guilhotina.
A revolução acabava com a morte dos Jacobinos, que foram responsáveis por uma fase extremamente difícil e obscura desse período.
Por seu pacifismo e seu extremismo, cada grupo construiu sua história e fez uma tentativa de salvar o país, mas uma coisa é fato, a morte iguala a todos.
Jacobinos ou Girondinos, com ou sem sua mentalidade e filosofias revolucionárias, tiveram a mesma condenação: mortos na guilhotina.
Agora a França deveria criar um novo governo, sem esses dois grupos tão opostos.
"A vida é irônica. Não acho que tenha sido algo desnecessário, mas algo extremamente correto, pois, depois de tantos assassinatos, era apenas isso que se esperava."
Termidor - A rosa e o florete